sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A Culpa dos Males que nos Acontecem


Em todos os males que nos acontecem, olhamos mais para a intenção do que para o efeito. Uma telha que cai de um telhado pode ferir-nos mais, mas não nos desola tanto como uma pedra atirada de propósito por uma mão maldosa. O golpe, por vezes, falha mas a intenção nunca erra o alvo. A dor física é a que menos se sente nos ataques da sorte e, quando os infortunados não sabem a quem culpar pelas suas infelicidades, culpam o destino, que personificam e ao qual atribuem olhos e uma inteligência disposta a atormentá-los intencionalmente.

É o caso de um jogador que, irritado com as suas perdas, se enfurece sem saber contra quem. Imagina que a sorte se encarniça intencionalmente para o atormentar e, encontrando alimento para a sua cólera, excita-se e enfurece-se contra um inimigo que ele próprio criou. O homem sábio, que em todas as infelicidades que lhe acontecem só vê golpes da fatalidade cega, não tem essas agitações insensatas; grita na sua dor, mas sem exaltação, sem cólera; do mal que o atinge só sente os ataques materiais, e os golpes que recebe podem ferir a sua pessoa, mas nenhum atinge o seu coração.

Jean-Jacques Rousseau, in 'Os Devaneios do Caminhante Solitário'

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Gerenciando emoções...

"O passado é passado. E, entretanto, no agora, no nosso ser, carregamos muito do passado conosco. Mas carregamos o passado somente na medida em que trazemos situações inacabadas."

Mas há situações que são insolúveis, inesquecíveis, aterrorizantes, dolorosas, cruéis, deixam marcas profundas, indeléveis...
Como lidar com sentimentos como desespero, angústia, culpa, ressentimento, revolta, tristeza, mas uma tristeza profunda que causa impotência, fraqueza, um topor; então luto como quem está se afogando, sufocando, e é muito cansativo.
Preciso encontrar meu equilíbrio, sabe faço auto-terapia, tento entender esses sentimentos e racionalizá-los, lutei muito tempo por mim e depois pela minha filha até conseguir me libertar. Sei que ele não pode mais me alcançar e que preciso sanar minha alma.
Alguns falam de perdão, estou tentando, mas é realmente muito difícil.
Alguns falam de Deus, fico confusa, onde Ele estava durante toda a minha infância e adolescência? Já sei, livre arbítrio. Então penso Ele não me protegeu, mas sobrevivi e Ele tem me dado muitos motivos pra viver. Tento aceitar e confiar que tudo vai melhorar.
Minha cabeça e coração são um turbilhão incessante.
Ando meio perdida, mas decidida a continuar, em frente de cabeça erguida.
Aprendendo a lidar com meus sentimentos ambíguos, pensamentos confusos, domar essa revolta que ás vezes toma conta de mim.
O auto-controle é muito trabalhoso e doloroso, mas que opção...
Não posso me dar ao luxo de simplesmente me entregar.
Aceitação, perdão, superação e otimismo são minhas metas.
Só quero um coração leve.